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O Luto em Enfermeiros Expostos à Morte dos Doentes: A Realidade do IPO de Coimbra Dezembro2015 INFO









O Luto em Enfermeiros Expostos à Morte
dos Doentes: A Realidade do IPO de Coimbra


Sara Gomes
Enfermeira Especialista do Serviço de Cuidados Paliativos do IPO de Coimbra




































INTRODUÇÃO

Perder um doente como consequência da sua morte é Com a evolução sociocultural do último século e o
uma experiência esperada, porém, quando o enfermei- aumento da esperança média de vida dos indivíduos,
ro acompanha situações em fm de vida, a resposta a assistimos a uma mudança, tornando-se a morte cada
estas perdas cumulativas têm efeitos na prática pro- vez mais institucionalizada/hospitalizada e escondida
fssional e pessoal que importam prevenir, identifcar, da sociedade (Neto I, 2010). Os enfermeiros que de-
avaliar e superar. senvolvem a sua profssão na área da oncologia, não
só estabelecem uma relação terapêutica estreita para
responder às necessidades da díade doente-família,
ESTADO DA ARTE como também experienciam um número anual acresci-
do de mortes dos doentes, inerente às especifcidades
A enfermagem enquanto profssão tem como essência do seu local de trabalho. Desta forma, encontram-se
o conceito de cuidar, devendo estar presente em todas expostos a vários fatores de stress físico, emocional,
as fases do ciclo de vida, incluindo o fnal da mesma. A psicológico e sociocultural, contribuindo para o de-
dignidade da pessoa é uma referência concetual do en- senvolvimento de processos de luto mais ou menos
fermeiro que, na procura da excelência do cuidar, deve adaptativos, tendo em conta a realidade experiencia-
desenvolver competências que lhe permitam assistir o da (Stumm E, et al., 2008).
doente e a família na fase terminal (Hesbeen W, 2000;
Watson J, 2002).










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