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INFO Dezembro2015 Quedas em Ambiente Hospitalar: Resultados de um Programa de Melhoria









Quedas em Ambiente Hospitalar:
Resultados de um Programa de Melhoria *


Sylvie Gomes
Enfermeira do Serviço de Radioterapia do IPO de Coimbra


Desde então a implementação do projeto (com início
a 16 de Maio de 2011) possibilitou-nos obter dados
concretos sobre o número de quedas e as circunstân-
cias em que elas ocorrem, defnir estratégias e linhas
orientadoras para a prevenção e atuação pós-queda
e permitiu-nos uma tomada de decisão baseada em
evidência, o que se traduziu numa melhoria a nível da
segurança do doente internado.

No ano de 2012 registaram-se 49 quedas no serviço,
tendo este número diminuído para 31 em 2013 e para
28 em 2014, conforme descrito no gráfco 1, existindo
uma taxa de recorrência que ronda os 20% (gráfco 2).

Gráfco 1. Número de quedas registadas

60
50
40
30
20
10
0
2011 (2º sem.) 2012 2013 2014
Os estudos científcos identifcam as quedas (“descida
rápida do corpo, de um nível superior para um nível mais Gráfco 2. Taxa de recorrência de quedas (%)
baixo, por perda de equilíbrio corporal ou falta de capa-
cidade de suportar o peso do corpo em diferentes posi- 2011 (2º sem.) 16,7%
ções” – CIPE, Versão beta 2) como um fenómeno regular
nos serviços de internamento, com consequências para 2012 23,7%
o doente e custos associados para todos nós. Foi nesse 2013 20,0%
sentido que em 2011, após uma revisão da literatura
sobre a problemática e a consulta de outros projetos 2014 14.3%
nacionais similares, se criou o projeto “Na Radioterapia
sem quedas”, cujo objetivo era promover a segurança
e bem-estar dos doentes internados no serviço pela via Importa referir que, apesar de parecer haver um número
da formação, responsabilização e desenvolvimento de elevado de quedas no segundo semestre de 2011 e no
competências da equipa de enfermagem e através des- ano de 2012, a taxa de efetividade na prevenção foi de
ta, da restante equipa multidisciplinar. Nessa sequência cerca de 90% (a partir do ano de 2013 não nos foi pos-
delineou-se um protocolo de atuação, criou-se uma folha sível calcular essa taxa devido à informatização dos re-
de registo de quedas, realizaram-se diversas formações gistos de Enfermagem), o que traduz a importância das
nesse âmbito e implementou-se a Escala de Morse como nossas intervenções no sentido de prevenir quedas.
instrumento de diagnóstico do risco de queda.




* Apresentação realizada no VIII Encontro Ibérico de Enfermagem.



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